PULMÃO DO MUNDO

Noites frias,
dias chuvosos,
árvores desnudadas,
algumas folhas presas,
queimadas pela neve.

A tristeza invade-me a alma,
corrói a esperança dos meus olhos
verem flores tombando gentilmente
num convite ao inebriante cheiro
que de si emanam.

As cigarras morrem,
os grilos não cantam,
os pássaros piam com saudade
dos galhos vestidos,
servindo-lhes de abrigo.

Terras desabam
engolindo casas,
famílias,
levando vidas destruindo
a vontade de sorrir.

O mar revolto vem buscar
o que lhe tiram por direito,
o espaço e a liberdade,
os filhos que emanam
das profundezas desse amor.

Revolta a natureza
mostra quão egoístas somos,
destruímos a beleza da vida,
o pulmão do mundo,
o verde do sonho,
o querer da esperança.

Não apanhamos o papel do chão,
o cigarro que tresanda,
o lixo do leito dos rios risonhos
agora abandonados.

Mostremos a vergonha do nosso Eu.

Juntos faremos melhor,
limparemos,
teremos cuidado
com a electricidade e a água
na força da nossa união.

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