Calma no corpo,
inquieta na alma cheia
de maleitas e demónios.
Perturbam-na
feras humanas,
embatem contra ela
como um mar crispado
bate nos rochedos!
Em pensamento rezo,
peço ajuda a Deus
e a anjos de luz.
Lentamente
a alma vai acalmando.
Desço à terra,
ensurdeço sentada
na soleira da porta
olhando as nuvens,
e nos desenhos mais abstractos
está o que tanto procuro!
Vejo-me a correr para ti
neste nosso sentir sem maldade,
destruindo a infelicidade,
tornando o sonho realidade
Esvai-se a dignidade
pisando tudo e todos
olhando cada um pró seu umbigo,
não há compaixão por um mendigo
nem um sorriso a um amigo.
Tenho fé
que gente de má fé
ainda há-de ter fé.