Prados verdes,
árvores de fruta
e cerejeiras em flor,
onde estou quedada
recordando a minha infância.
Recordo quando livremente corria,
enquanto metia os pés na terra húmida e quente.
Sorria.
Aquela terra à qual pertencia,
terra mãe em que me ajoelhava quando tu me batias.
Clamava,
“Pai não me bata mais, eu não fiz nada”.
Nunca fiz,
era apenas tua filha.
Olhas e sorris
mas sinto que não és feliz.
A maldade e descrença
fizeram de ti um ser repelente,
tens um coração que não ouves nem sentes.
Deixa que ele bata
ao sabor do amor,
que conheça esta minha dor.
Aprende a gostar de mim tanto,
tanto como eu pensei e senti
que um dia gostei de ti.
Queria tanto
chamar-te pai em tons de filha amada.
Meus lábios
não sabem dizer,
sentir ou fingir,
mas sabem beijar
para um dia quem sabe?
Poder contigo estar.