CALOU-SE O EU

Jorram
ecos moribundos
destes olhos doridos
que já nada querem ver.

Sou prisioneira
desta alma gelada.

Acutilante dor
me desarticula
os membros
num impacto tal
que o tempo morre.

Calou-se o Eu
que falava comigo.

Meus olhos
são o fundo
de um poço.

Submerge
meu sorriso
neste esqueleto vazio.

Frustração inquietante.

Tanto quanto
as escolhas
por mim feitas.

Quanto as escolhas
que me escolhem para sofrer.

Sinto-me zombi.

Sou átrio
de uma vida
vivida em mentira.

Adentra-se-me o vento
gemido de saudade
de um beijo nosso.

Calou-se…

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